domingo, 6 de maio de 2018

Questões de Exame: Problema do Livre Arbítrio


Leia o texto seguinte.
Tal como os estudos experimentais mostraram, [...] fazemos o que fazemos por causa do que
aconteceu [...]. Infelizmente, o que aconteceu deixa poucas pistas observáveis, e os motivos
para fazermos o que fazemos [...] ultrapassam, assim, largamente o alcance da autoanálise.
Talvez seja por isso […] que o comportamento tem sido tão frequentemente atribuído a um ato de vontade que o desencadeia, produz ou cria.
B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior, Columbus, Merrill Publishing Company, 1989, p. 15 (adaptado)
De acordo com o texto,
(A) pensamos ter livre-arbítrio, porque a nossa capacidade de autoanálise é limitada.
(B) podemos inferir que temos livre-arbítrio, ainda que as pistas observáveis sejam poucas.
(C) temos livre-arbítrio, porque o nosso comportamento tem origem num ato criativo da vontade.
(D) os estudos experimentais permitem concluir que o livre-arbítrio molda o nosso comportamento.

2014 1ª fase
1. Leia o texto seguinte. É difícil não pensar que temos livre-arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer, a escolha parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua inexistência. E, obviamente, existem bastantes provas de que não há livre-arbítrio. Quanto mais aprendemos sobre as causas do comportamento humano, menos provável parece que escolhamos livremente as nossas ações.
J. Rachels, Problemas da Filosofia, Lisboa, Gradiva, 2009, p. 182
1.1. Como explicam os deterministas radicais a «sensação interior de liberdade» referida no texto?
1.2. Apresente uma objeção ao determinismo radical.

2014 2ª fase
Os deterministas moderados defendem que
(A) nenhuma ação é causada.
(B) todas as ações são causadas e algumas são livres.
(C) nenhuma ação é livre.
(D) todas as ações são livres e algumas não são causadas.

Um libertista concordaria com a afirmação seguinte.
(A) Uma ação pode resultar de escolhas nossas, mas estas resultam de fatores genéticos e ambientais.
(B) O conhecimento das leis da natureza e das circunstâncias relevantes permite prever qualquer ação.
(C) Se uma ação é livre, então é causada apenas pela decisão de quem a pratica.
(D) Se uma ação resulta do livre-arbítrio de alguém, então não existem leis da natureza.

2016 1ª fase
Leia o texto. O homem, estando condenado a ser livre, carrega o peso do mundo inteiro nos seus ombros […]. Ele tem de assumir a situação em que se encontra com a consciência orgulhosa de ser o seu autor, pois os piores obstáculos ou as piores ameaças que põem em perigo a sua pessoa apenas adquirem sentido através do seu próprio projeto […]. É, portanto, insensato pensar sequer em lamentar-se, uma vez que nada de exterior a si decidiu aquilo que ele sente, aquilo que ele vive ou aquilo que ele é.
J.-P. Sartre, L’Être et le Néant, Paris, Gallimard,1943, p. 612 (adaptado)
Identifique a posição acerca do livre-arbítrio que é apoiada pelo texto.

2016 1ª fase
Considere as afirmações seguintes.
1. Até aos 18 anos, os nossos pais respondem por nós e não somos livres.
2. As nossas escolhas são livres, ainda que estejam submetidas à causalidade natural.
3. As ditaduras caracterizam-se por suprimirem as liberdades fundamentais dos cidadãos.
4. No Universo, tudo está determinado e a liberdade é uma ilusão.
Quais são as afirmações que apresentam respostas ao problema do livre-arbítrio?
(A) 2 e 4.
(B) 1 e 3.
(C) 3 e 4.
(D) 1 e 2.

2015 2ª fase
Poderá a consciência da nossa liberdade ser uma ilusão?
Responda à questão proposta.
Na sua resposta:
– apresente inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor da sua posição.

2018 1ª fase
2. Imagine que um agente poderoso fazia recuar o tempo até um qualquer ponto do passado, para que, a partir daí, mantendo-se as leis da natureza, a história recomeçasse.
Qual das situações seguintes poria em causa o determinismo radical?
(A) As deliberações dos agentes seriam causadas por acontecimentos anteriores.
(B) Em alguns casos, haveria alternativas aos acontecimentos da história.
(C) Teríamos a ilusão de que haveria mais do que um futuro possível.
(D) Ocorreriam acontecimentos que não teríamos sido capazes de prever.

2012 1ª fase
Leia o texto seguinte do filósofo Espinosa acerca do problema do livre-arbítrio.
Texto A
Uma pedra recebe de uma causa exterior que a empurra uma certa quantidade de movimento,
pela qual continuará necessariamente a mover-se depois da paragem da impulsão externa. [...]
Imaginai agora, por favor, que a pedra, enquanto está em movimento, sabe e pensa que é
ela que faz todo o esforço possível para continuar em movimento. Esta pedra, seguramente, […]
acreditará ser livre e perseverar no seu movimento pela única razão de o desejar. Assim é esta
liberdade humana que todos os homens se vangloriam de ter e que consiste somente nisto, que os homens são conscientes dos seus desejos e ignorantes das causas que os determinam.
Spinoza, «Lettre à Schuller», in Oeuvres Complètes, Paris, Gallimard, 1954
Identifique a tese defendida no texto.
Justifique a resposta, a partir do texto.

2012 Época especial
Leia o texto seguinte.
Texto A
Se admitíssemos o determinismo, o nosso vocabulário teria de sofrer modificações drasticamente extremas. […] Podemos admirar ou elogiar um indivíduo porque é belo, ou generoso, ou musicalmente dotado – mas tais coisas não dependem da sua escolha […]. A conduta honrosa ou desonrosa, a busca do prazer e o martírio heróico, a coragem e a cobardia, a mentira e a veracidade, o fazer o que é justo resistindo às tentações, tudo isso passaria a ser como o sermos belos ou feios, altos ou baixos, velhos ou jovens […]. Na realidade, a própria noção de ato implica uma escolha; mas se a escolha for, pelo seu lado, determinada, que diferença poderá haver ainda entre a ação e o simples comportamento? Isaiah Berlin, O Poder das Ideias, Lisboa, Relógio D’Água Editores, 2006
Concorda com as consequências do determinismo, apresentadas pelo autor? Justifique a resposta, a partir do texto.


2018 2ª fase, grupo II
2. Um determinista moderado e um determinista radical observaram a jogada a seguir descrita.
O João e o Carlos estão a jogar à bola em equipas contrárias. Numa das jogadas, o João correu para a bola. Atrás dele, vinha o Carlos, também decidido a disputar o lance. O Carlos acabou por conseguir chegar primeiro à bola, mas o João tocou-lhe com a chuteira no tornozelo. O Carlos caiu imediatamente no relvado. O Manuel, que estava a arbitrar o jogo, expulsou o João. Mas o João disse que era injusto ser penalizado pelo sucedido.
2.1. Relativamente às possíveis explicações para a intervenção do Manuel, o determinista moderado e o determinista radical concordam apenas parcialmente. Explicite os aspetos em que os dois observadores concordam e aqueles em que divergem.
2.2. Caso o Carlos tenha caído ao chão de propósito, de modo a prejudicar a equipa contrária, será que o determinista radical lhe atribui responsabilidade moral pelo seu comportamento? Justifique a sua resposta.
(Correção: https://www.examesnacionais.com.pt/exames-nacionais/11ano/2018-2fase/Filosofia-Criterios.pdf)

2019 1ª fase

1. Considere as afirmações seguintes.
1. As pessoas que não ponderam as consequências dos seus atos não merecem ter liberdade.
2. Nas democracias, os cidadãos têm mais liberdades do que nos outros regimes políticos.

(A) Nenhuma das afirmações é relevante para a discussão do problema do livre-arbítrio.
(B) Ambas as afirmações são relevantes para a discussão do problema do livre-arbítrio.
(C) Apenas a afirmação 1 é relevante para a discussão do problema do livre-arbítrio.
(D) Apenas a afirmação 2 é relevante para a discussão do problema do livre-arbítrio.


2019 1ª fase
2. Imagine que quer ouvir música e que, em seguida, põe os auscultadores e ouve música.
De acordo com o determinismo radical, o facto de querer ouvir música
(A) é um indício de livre-arbítrio apenas se não foi sujeito a coação.
(B) não tem qualquer conexão com uma suposta vontade livre.
(C) resulta de uma causa mental independente da natural.
(D) não tem uma causa, sendo um mero produto do acaso.

Correção: https://www.examesnacionais.com.pt/exames-nacionais/11ano/2019-1fase/Filosofia-Criterios.pdf


2020, 1ª fase
3. Se dissermos que, numa determinada circunstância, poderíamos não ter realizado a ação que realizámos, estamos implicitamente a admitir que
(A) o determinismo moderado é implausível.
(B) o determinismo radical é falso.
(C) o libertismo é falso.
(D) o livre-arbítrio é incompatível com o determinismo.

18. Será que a redistribuição da riqueza põe em causa a liberdade individual? Na sua resposta, deve:

−clarificar o problema filosófico inerente à questão formulada;

−apresentar inequivocamente a sua posição;

−argumentar a favor da sua posição.

Correção: Correção: http://iave.pt/images/arquivo_de_provas/2020/714/EX-Fil714-F2-2020-CC-VD_net.pdf


20-21 2ª fase V1

10. Leia o texto seguinte. Compare escolhas que, intuitivamente, são controladas por si, como qual de duas ofertas de emprego aceitar, com coisas que, intuitivamente, estão fora do seu alcance, como correr 1500 m em três minutos […]. A diferença óbvia é que o emprego que decide aceitar depende das suas preferências, mas o mesmo não pode ser dito de correr 1500 m em três minutos. […] Esta comparação não requer que os seus desejos sejam indeterminados. Talvez os seus genes e a sua história pessoal tornem inevitável que prefira um emprego a outro. Mesmo assim, é um facto que escolheu um certo emprego porque o preferiu. […] A partir do momento em que a sua ação decorre das suas preferências, […] é livre, mesmo que as suas preferências sejam determinadas pelo seu passado. J. Prinz, «Livre-arbítrio», in D. Papineau (ed.), Western Philosophy – an ilustrated guide, Oxford, Oxford University Press, 2004, pp. 64-65. No texto, é esclarecido um aspeto central do 

(A) determinismo moderado, designadamente que as nossas ações podem ser simultaneamente determinadas e livres.

 (B) determinismo moderado, designadamente que as nossas ações são simultaneamente determinadas e livres.

 (C) determinismo radical, designadamente que as nossas preferências e as nossas ações são determinadas pelos nossos genes e pelo nosso passado. 

(D) determinismo radical, designadamente que as nossas preferências e as nossas ações podem ser determinadas pelos nossos genes e pelo nosso passado.

Critérios: https://iave.pt/wp-content/uploads/2021/09/EX-Fil714-F2-2021-CC-VT_net.pdf

2022, 1ª fase

12. Considere o texto seguinte.

Suponha-se que estou no restaurante e o empregado diz: «O que deseja?» Não posso

dizer-lhe: «Sou um determinista. Esperarei simplesmente para ver o que ocorre.» [...] Por que

razão não posso fazer isso? Bem, a resposta é que a minha recusa em exercer o livre-arbítrio

só é inteligível para mim se eu pressupuser que se trata de um exercício de livre-arbítrio.

J. Searle, Da Realidade Física à Realidade Humana, Lisboa, Gradiva, 2020, p. 282.

 

Explicite a crítica ao determinismo radical presente no texto anterior.

Critérios: https://www.examesnacionais.com.pt/exames-nacionais/11ano/2022-1fase/Filosofia-Criterios.pdf

2ª fase 2022

7. Considere a tese seguinte.

Se o determinismo for verdadeiro, então não existe livre-arbítrio.

Esta tese é rejeitada

(A) apenas pelos defensores do determinismo radical.

(B) tanto pelos defensores do libertismo como pelos defensores do determinismo moderado.

(C) apenas pelos defensores do determinismo moderado.

(D) tanto pelos defensores do libertismo como pelos defensores do determinismo radical.

Filosofia-Criterios.pdf (examesnacionais.com.pt)

 

2.ª fase 2022

8. Selecione a afirmação que os libertistas consideram falsa.

(A) Algumas ações são livres.

(B) Uma ação realizada sob coação não é livre.

(C) Uma ação livre está de acordo com as preferências do agente.

(D) Todas as ações são determinadas por acontecimentos anteriores.

Critérios: Filosofia-Criterios.pdf (examesnacionais.com.pt)


2023, 2ª fase

7. Os deterministas moderados defendem que a crença de que temos livre-arbítrio 

(A) não é ilusória. 

(B) é falsa. 

(C) não está justificada. 

(D) é incompreensível.

Critérios: criterios-correccao-exame-filosofia-11-ano-20230627-132242.pdf


2023, 1ª fase

8. Considere o texto seguinte. 

O que torna as pessoas tão especiais? Alguns libertistas respondem que temos almas, [isto é,] fontes não físicas da consciência e da escolha que não são controladas por leis da natureza. Outros afirmam que os seres humanos são, na verdade, sistemas puramente físicos, mas que não estão sujeitos às leis da natureza que regem outros sistemas físicos. 

E. Conee e T. Sider, Enigmas da Existência, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2010, p. 153. 

As perspetivas libertistas referidas no texto têm em comum a ideia de que 

(A) o determinismo e o livre-arbítrio são compatíveis. 

(B) as ações livres são factos naturais aleatórios. 

(C) nenhuma ação livre é governada por leis da natureza. 

(D) só os seres com algo de não físico podem ter livre-arbítrio.

Critérios: criterios-correccao-exame-filosofia-11-ano-20230627-132242.pdf

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2023-2024 1.ª fase

18. Leia o texto seguinte. Uma vez que a nossa vida mental está intimamente ligada aos processos fisiológicos do nosso corpo, mais especialmente aos do nosso cérebro, então, se estes processos forem rigorosamente determinados pelas leis naturais – físicas e químicas –, como explicar o sentimento inevitável de que nós tomamos decisões para agir desta ou daquela forma? 

E. Schrödinger, A Natureza e os Gregos, seguido de Ciência e Humanismo, Lisboa, Edições 70, 2003, pp. 136-137. (Texto adaptado) 

Será que a existência de livre-arbítrio é a melhor explicação para «o sentimento inevitável de que nós tomamos decisões para agir desta ou daquela forma»? 

Na sua resposta, deve: 

– clarificar o problema proposto; – apresentar inequivocamente a sua posição; 

– argumentar a favor da sua posição.

Critérios; file:///C:/Users/Hp/Downloads/criterios-correccao-exame-filosofia-20240625-133626.pdf



















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