Atente
no diálogo seguinte.
Manuela
– Sabes, Eurico, quanto dá 356 euros a dividir por quatro pessoas?
Eurico
– Eu não sei, mas tenho aqui uma pequena calculadora de bolso que sabe. Deixa
ver: dá
89
euros.
Manuela
– E confias nessa calculadora?
Eurico
– Claro que sim. O resultado dado pela calculadora está justificado, porque é
uma máquina programada por matemáticos competentes.
No
diálogo anterior, o Eurico afirma que a calculadora sabe quanto dá 356 euros a
dividir por quatro pessoas.
Será
que a calculadora o sabe? Justifique a sua resposta, tendo em conta a análise
tradicional do conhecimento.
De
acordo com a análise tradicional do conhecimento,
(A)
nenhuma crença falsa é justificada.
(B)
se alguém encontrar uma justificação para uma crença considerada falsa, essa
crença tornar-se-á verdadeira.
(C)
muitas crenças falsas são justificadas, mas a justificação dada, qualquer que
seja, não as torna verdadeiras.
(D)
toda a crença não justificada é falsa.
2013
2ª fase
Acerca
da relação entre crença e conhecimento, é correto afirmar que
(A)
há crenças falsas, mas nenhuma crença falsa é conhecimento.
(B)
podemos conhecer aquilo em que não acreditamos.
(C)
as crenças são falsas, mas o conhecimento é verdadeiro.
(D)
não podemos acreditar naquilo que não conhecemos.
2013
1ª fase
De
acordo com a definição tradicional de conhecimento,
(A)
a crença é condição suficiente do conhecimento.
(B)
uma crença falsa pode ser conhecimento.
(C)
a justificação é condição necessária do conhecimento.
(D)
a opinião é condição necessária e suficiente do conhecimento.
2015
2º fase
Identifique
a afirmação falsa, tendo em consideração a definição tradicional de
conhecimento.
(A)
Antigamente, as pessoas sabiam que a Terra estava imóvel.
(B)
Antigamente, as pessoas pensavam que a Terra estava imóvel.
(C)
Sabemos que os antigos acreditavam que a Terra estava imóvel.
(D)
Os antigos acreditavam justificadamente que a Terra estava imóvel.
2014
1ª fase
De
acordo com a definição tradicional de conhecimento,
(A)
nenhuma crença pode ser justificada pela experiência.
(B)
nenhum conhecimento pode ser crença.
(C)
algumas crenças verdadeiras não são conhecimento.
(D)
algum conhecimento não é verdadeiro.
2018 1ª fase
1. De acordo com a análise
tradicional do conhecimento,
(A) para sabermos que uma certa
pessoa nasceu em 2001, basta que essa pessoa tenha nascido nesse ano.
(B) para sabermos que uma certa
pessoa nasceu em 2001, basta termos uma justificação para que tenha nascido
nesse ano.
(C) se acreditamos que uma
certa pessoa nasceu em 2001, então sabemos que essa pessoa nasceu nesse
ano.
(D) se sabemos que uma certa
pessoa nasceu em 2001, então acreditamos que ela nasceu nesse ano.
2015
1ª fase
Em
qual das opções seguintes se apresenta um exemplo de conhecimento a priori?
(A)
Sei qual é o meu nome.
(B)
Sei que idade tenho.
(C)
Sei que nenhum irmão é filho único.
(D)
Sei que alguns pais não são casados.
Suponhamos
então que a mente seja, como se diz, uma folha em branco, sem quaisquer
carateres,
sem quaisquer ideias. Como é que a mente recebe as ideias? […] De onde tira
todos os materiais da razão e do conhecimento? A isto respondo com uma só
palavra: da EXPERIÊNCIA.
J. Locke, Ensaio sobre o Entendimento Humano, Vol. I, Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, p. 106 (adaptado)
Concorda
com a posição expressa no texto?
Na
sua resposta,
‒
identifique e esclareça o problema filosófico a que o texto responde;
‒
apresente inequivocamente a sua posição;
‒
argumente a favor da sua posição.
A
principal finalidade do método proposto por Descartes é
(A)
estabelecer os fundamentos do conhecimento.
(B)
mostrar que existe um ser perfeito.
(C)
provar que os sentidos nos enganam.
(D)
descobrir quais são as ideias claras e distintas.
2013
2ª fase
Os
racionalistas defendem que
(A)
os sentidos são a única fonte do conhecimento universal e necessário.
(B)
o conhecimento se fundamenta a posteriori.
(C)
não há conhecimento a priori.
(D)
a razão é a única fonte do conhecimento universal e necessário.
2015 1ª fase
Identifique
o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte.
A
dúvida cartesiana é _______; por isso, Descartes não é um filósofo _______.
(A)
metódica … cético
(B)
cética … empirista
(C)
metódica … racionalista
(D)
hiperbólica … empirista.
2016 1ª fase
. Leia o texto. Desde há
muito notara eu que, no tocante aos costumes, é necessário às vezes seguir,
como se fossem indubitáveis, opiniões que sabemos serem muito incertas […].
Mas, porque agora desejava dedicar-me apenas à procura da verdade, pensei que era
forçoso que eu fizesse exatamente ao contrário e rejeitasse, como absolutamente
falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida [...].
R. Descartes, Discurso do Método, Lisboa,
Edições 70, 2000, p. 73 (adaptado)
Descartes decide rejeitar
«tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida». Partindo do texto,
exponha as razões que justificam esta decisão.
2012ª
fase
Leia
o texto seguinte.
Texto D
Assim,
rejeitando todas aquelas coisas de que podemos duvidar de algum modo, e até
mesmo imaginando que são falsas, facilmente supomos que não existe nenhum Deus,
nenhum céu, nenhuns corpos; e que nós mesmos não temos mãos, nem pés, nem de
resto corpo algum; mas não assim que nada somos, nós que tais coisas pensamos:
pois repugna que se admita que aquele que pensa, no próprio momento em que
pensa, não exista.
René Descartes, Princípios da Filosofia,
Lisboa, Editorial Presença,1995
1.1. Indique o primeiro princípio
indubitável aceite por Descartes.
1.2.Explicite, a partir do texto, duas
das características da dúvida cartesiana.
2013
2ª fase
Leia
o texto seguinte.
Dado
que nascemos crianças e que formulámos vários juízos acerca das coisas
sensíveis
antes
que tivéssemos o completo uso da nossa razão, somos desviados do conhecimento
da
verdade
por muitos preconceitos, dos quais parece não podermos libertar-nos a não ser
que,
uma
vez na vida, nos esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a
mínima
suspeita
de incerteza.
Será
mesmo útil considerar também como falsas aquelas coisas de que duvidamos, para
que
assim encontremos mais claramente o que é certíssimo e facílimo de conhecer.
Descartes,
Princípios da Filosofia, Lisboa, Editorial Presença, 1995
A
partir do texto, esclareça o papel da dúvida cartesiana no «conhecimento da verdade»
(linhas 2 e 3).
Na
sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto.
2013
1ª fase
Considere
os seguintes enunciados relativos ao estatuto do cogito, no sistema de
Descartes.
O
cogito é
1.
o primeiro princípio do sistema do conhecimento.
2.
uma verdade que se deduz de outras verdades.
3.
uma verdade descoberta com o apoio dos sentidos.
4.
uma verdade puramente racional.
Deve
afirmar-se que
(A)
2 é correto; 1, 3 e 4 são incorretos.
(B)
2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos.
(C)
1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.
(D)
1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
2023-2024 1.ª fase
8. Ao aplicar o método da dúvida, Descartes pretende
(A) concluir que as ideias claras e distintas são infalíveis.
(B) descobrir alguma crença que seja indubitável.
(C) mostrar que não há realmente um génio maligno.
(D) provar que existe um ser perfeito e não enganador.
2014 2ª fase
1. Leia o texto seguinte.
Se perguntar a mim próprio «Estou a beber?» ou «Está ele a pensar?», a resposta
pode ser «Sim», «Não» ou «Talvez». Mas se perguntar a mim próprio «Estou a
pensar?», a resposta apenas pode ser «Sim». Fazer essa pergunta a mim próprio é
o mesmo que eu pensar. Seria autorrefutante perguntar a mim próprio «Estou a
pensar?» e responder «Não». T. Chappell, The Inescapable Self – An introduction
to Western philosophy, London, Weidenfeld & Nicolson, 2005, pp. 28-29
(adaptado)
1.1. Justifique, a partir do texto, que o
cogito é uma certeza irrefutável.
1.2. Explique o argumento
de Descartes para duvidar dos seus raciocínios matemáticos mais evidentes.
2018 1ª fase
Leia o texto seguinte.
Quantas vezes me acontece
que, durante o repouso noturno, me deixo persuadir de coisas tão habituais como
que estou aqui, com o roupão vestido, sentado à lareira, quando, todavia, estou
estendido na cama e despido! Mas, agora, observo este papel seguramente com os
olhos abertos, esta cabeça que movo não está a dormir, voluntária e
conscientemente estendo esta mão e sinto-a: o que acontece quando se dorme não
parece tão distinto. Como se não me recordasse já de ter sido enganado por
pensamentos semelhantes!
R. Descartes, Meditações
sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria Almedina, 1985, p. 108.
São apresentadas no texto
as premissas do argumento do sonho. A que conclusão chegou Descartes a partir
delas?
2012 Época Especial
Leia o texto seguinte.
Texto E
[…] Embora vejamos o Sol muito claramente, não
devemos por isso julgar que ele só tem a grandeza que vemos; e podemos à
vontade imaginar distintamente uma cabeça de leão unida ao corpo de uma cabra,
sem que tenhamos de concluir que no mundo existem quimeras: porque a razão não
garante que seja verdadeiro o que assim vemos ou imaginamos. Mas sugere-se que
todas as nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade; porque
não seria possível que Deus, que é inteiramente perfeito e completamente
verdadeiro, as tivesse posto em nós sem isso.
René
Descartes, Discurso do Método, Lisboa, Edições 70, 2000
Identifique os três tipos
de ideias segundo Descartes, presentes no texto.
Explique a origem das
ideias que conduzem ao conhecimento, segundo a filosofia de Descartes e segundo
a filosofia de Hume.
2020
1ª fase
Leia
o Texto 2 e considere-o nas suas respostas aos itens 16 e 17.
Texto
2
E notando que esta verdade «eu penso, logo
existo» era tão firme e tão certa que todas as
extravagantes suposições dos céticos não
eram capazes de a abalar, julguei que a podia aceitar,
sem escrúpulo, para primeiro princípio da
filosofia que procurava.
R. Descartes, Discurso do Método,
Lisboa, Edições 70, 2000, p. 74.
16. No Texto 2, Descartes refere as
«extravagantes suposições dos céticos».
Apresente um argumento cético que
possa justificar tais suposições.
17. Em sua opinião, o «primeiro
princípio» da filosofia de Descartes é um fundamento sólido do conhecimento? Justifique.
17. Descartes afirma ter
começado por rejeitar todas as crenças que foi acumulando desde a infância.Por
que razão procedeu de modo tão drástico?
Correção: http://iave.pt/images/arquivo_de_provas/2020/714/EX-Fil714-F2-2020-CC-VD_net.pdf
20-21 2ª fase V1
15. De acordo com Descartes, a ciência teria de se basear em princípios irrefutáveis, que seriam verdades
evidentes conhecidas a priori, por intuição intelectual. Essas verdades incluem os factos básicos da
realidade física.
Concorda com esta perspetiva de Descartes?
Na sua resposta, deve:
− clarificar o problema da justificação do conhecimento;
− apresentar inequivocamente a sua posição;
− argumentar a favor da sua posição, recorrendo a aspetos que considerar relevantes da teoria empirista
ou da teoria racionalista do conhecimento, ou de perspetivas sobre a evolução e a objetividade da
ciência.
Critérios: https://iave.pt/wp-content/uploads/2021/09/EX-Fil714-F2-2021-CC-VT_net.pdf
2016, 1ª fase
Tanto Descartes como
Popper consideram que a submissão das nossas crenças ou opiniões a um severo
exame crítico é um aspeto central do método de procura da verdade. Porém,
Descartes e Popper divergem quanto aos resultados da aplicação desse método.
Justifique as afirmações anteriores.
Na sua resposta, explicite
os aspetos relevantes do método defendido por Descartes e do método defendido
por Popper.
2018 1ª fase
Leia os textos seguintes,
um de Hume e outro de Descartes.
A geometria ajuda-nos a aplicar leis do
movimento, oferecendo-nos as dimensões corretas de todas as partes e grandezas
que podem participar em qualquer espécie de máquina, mas apesar disso a
descoberta das próprias leis continua a dever-se simplesmente à experiência
[…]. Quando raciocinamos a priori, considerando um objeto ou causa apenas tal
como aparece à mente, independentemente de qualquer observação, ele jamais
poderá sugerir-nos a ideia de qualquer objeto distinto, tal como o seu efeito, e
muito menos mostrar-nos a conexão inseparável e inviolável que existe entre
eles.
D. Hume,
Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 46-47 (texto
adaptado).
As coisas corpóreas podem
não existir de um modo que corresponda exatamente ao que delas percebo pelos
sentidos, porque, em muitos casos, a perceção dos sentidos é muito obscura e
confusa; mas, pelo menos, existem nelas todas as propriedades que entendo clara
e distintamente, isto é, todas aquelas que, vistas em termos gerais, estão
compreendidas no objeto da matemática pura.
R.
Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria Almedina,
1985, p. 210 (texto adaptado).
Haverá conhecimento a
priori do mundo? Confronte as respostas de Hume e de Descartes a esta questão.
Na sua resposta, integre adequadamente a informação dos textos.
2012 1ª fase
Confronte
as ideias expressas no texto de Hume com o racionalismo de Descartes.
Na
sua resposta, deve abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:
−
inatismo;
−
valor da ideia de Deus.
Considere
os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento
de Descartes e de David Hume.
1.
Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é
inata.
2.
Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência.
3.
Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode
não ser indubitável.
4.
Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência.
Deve
afirmar-se que
(A)
1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
(B)
1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.
(C)
2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos.
(D)
1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto.
Apresente uma proposição
que, de acordo com Hume, não possa ser refutada por meio da experiência.
Justifique.
Na sua resposta, indique
se a proposição apresentada é uma relação de ideias ou uma questão de facto.
2018, 2F
1. Leia o texto seguinte. Da primeira vez que um homem viu a comunicação de movimento por impulso, ou pelo choque de duas bolas de bilhar, ele não poderia afirmar que um evento estava conectado, mas apenas que estava conjugado com o outro. Depois de ter observado vários casos desta natureza, passa a declarar que eles estão conectados.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN–CM, 2002, p. 89.
Como é que Hume explica que tenhamos a ideia de conexão necessária entre acontecimentos? Na sua resposta, integre adequadamente a informação do texto.
2017 2ª fase
Leia o texto seguinte.
O senhor Hume tem
defendido que só temos esta noção de causa: algo que é anterior ao
efeito e que, de acordo
com a experiência, foi seguido constantemente pelo efeito. [...]
Seguir-se-ia desta
definição de causa que a noite é a causa do dia e o dia a causa da noite. Pois,
desde o começo do mundo,
não houve coisas que se tenham sucedido mais constantemente. [...] Seguir-se-ia
[também] desta definição que tudo o que seja singular na sua natureza, ou que
seja a primeira coisa do seu género, não pode ter uma causa.
T. Reid,
Essays on the Active Powers of Man, Edinburgh University Press, 2010, pp.
249-250
2.1. Neste texto,
apresenta-se e critica-se a noção de causa considerada por Hume.
Explique as falhas
apontadas no texto a essa noção de causa.
2.2. De acordo com Hume, a
observação de conjunções constantes de acontecimentos não justifica
racionalmente a crença de que há relações causais na natureza. Porquê?
2015, 1ª fase
Leia o texto.
Todos os objetos da razão
ou da investigação humanas podem ser naturalmente divididos em dois tipos, a
saber, as relações de ideias e as questões de facto. [...] O contrário de toda
e qualquer questão de facto continua a ser possível, porque não pode jamais
implicar contradição, e a mente concebe-o com a mesma facilidade e nitidez,
como se fosse perfeitamente conforme à realidade. Que o Sol não vai nascer
amanhã não é uma proposição menos inteligível nem implica maior contradição do
que a afirmação de que ele vai nascer.
D. Hume,
Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 41-42
(adaptado)
1.1. Distinga as questões
de facto das relações de ideias.
1.2. Tendo em conta que «o
Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos inteligível nem implica
maior contradição do que a afirmação de que ele vai nascer», como explica Hume
que estejamos convencidos de que o Sol vai nascer amanhã?
2012 2ª fase
Confronte o inatismo
cartesiano com a filosofia empirista de Hume.
Na sua resposta, deve
abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:
− origem das ideias;
− limites do conhecimento.
2018 1ª fase
8. Hume distinguiu as questões
de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção,
(A) as questões de facto apenas
podem ser decididas pela experiência.
(B) as verdades matemáticas são
questões de facto.
(C) todos os raciocínios sobre
causas e efeitos exprimem relações de ideias.
(D) negar uma questão de facto
resulta numa contradição.
2015 2ª fase
Leia o texto.
Existe uma espécie de
ceticismo, anterior a qualquer estudo ou filosofia, muito recomendado por
Descartes e outros como sendo a soberana salvaguarda contra os erros e os
juízos precipitados. Este ceticismo recomenda uma dúvida universal, não apenas
quanto aos nossos princípios e opiniões anteriores, mas também quanto às nossas
próprias faculdades, de cuja veracidade, diz ele, nos devemos assegurar por
meio de uma cadeia argumentativa deduzida de algum princípio original que seja
totalmente impossível tornar-se enganador ou falacioso. Mas nem existe qualquer
princípio original como esse, […] nem, se existisse, poderíamos avançar um
passo além dele, a não ser pelo uso daquelas mesmas faculdades das quais se
supõe que já suspeitamos.
D. Hume,
Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa,
IN-CM,
2002, pp. 161-162
1.1. Explicite a crítica
de Hume, apresentada no texto, ao ceticismo «recomendado por Descartes».
1.2. Distinga, no que
respeita à fundamentação do conhecimento, a perspetiva racionalista de
Descartes da perspetiva empirista de Hume.
2012 1ª fase
1. Leia o texto seguinte.
Texto E
[…] Quando analisamos os
nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes que possam ser,
sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples copiadas de alguma
sensação ou sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias que, à primeira
vista, parecem mais distantes dessa origem, constata-se, após um exame mais
apurado, que dela são derivadas. A ideia de Deus, no sentido de um Ser
infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as
operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades
de bondade e de sabedoria.
David Hume,
«Investigação sobre o Entendimento Humano», in Tratados Filosóficos I,
Lisboa,
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002
1.1. Nomeie os tipos de
perceção da mente, segundo Hume.
1.2. Explicite, a partir
do texto, a origem da ideia de Deus na filosofia de Hume.
2014 1ª fase
Leia o texto seguinte. Em
suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento
externo e interno. Apenas a mistura e a composição destes materiais competem à mente
e à vontade. Ou, para me expressar em linguagem filosófica, todas as nossas
ideias ou perceções mais fracas são cópias das nossas impressões, ou perceções
mais vívidas. [...] Se acontecer, devido a algum defeito orgânico, que uma
pessoa seja incapaz de experimentar alguma espécie de sensação, verificamos
sempre que ela é igualmente incapaz de conceber as ideias correspondentes. Um
cego não pode ter a noção das cores, nem um surdo dos sons. Restitua-se a
qualquer um deles aquele sentido em que é deficiente e, ao abrir-se essa nova
entrada para as suas sensações, abrir-se-á também uma entrada para as ideias, e
ele deixará de ter qualquer dificuldade em conceber esses objetos.
D. Hume,
Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, 2002, pp. 35-36 (adaptado)
1.1. Explicite as razões usadas no texto para
defender que a origem de todas as nossas ideias reside nas impressões dos
sentidos.
1.2. Concordaria Descartes
com a tese segundo a qual «todas as nossas ideias […] são cópias das nossas
impressões»? Justifique a sua resposta.
2016 2ª fase
Considere
as frases seguintes.
1. O italiano é a língua oficial da Itália.
2.
Todos os sólidos ocupam espaço.
É
correto afirmar que
(A)
ambas exprimem conhecimento a priori.
(B)
ambas exprimem conhecimento a posteriori.
(C)
1 exprime conhecimento a priori; 2 exprime conhecimento a posteriori.
(D)
1 exprime conhecimento a posteriori; 2 exprime conhecimento a priori.
Hume considera que
(A)
as impressões são cópias das ideias.
(B)
as ideias são cópias das impressões.
(C)
não há distinção entre impressões e ideias.
(D)
não há relação entre impressões e ideias.
2014
2ª fase
Hume
defendeu que todas as nossas ideias têm origem em
(A)
impressões.
(B)
pensamentos.
(C)
sentimentos.
(D)
hábitos.
2013
1ª fase
Leia
o texto seguinte.
Todas
as ideias são copiadas de impressões ou de sentimentos precedentes e, onde não
pudermos
encontrar impressão alguma, podemos ter a certeza de que não há qualquer ideia.
Em
todos os exemplos singulares das operações de corpos ou mentes, não há nada que
produza
qualquer impressão e, consequentemente, nada que possa sugerir qualquer ideia
de
poder ou conexão necessária. Mas quando aparecem muitos casos uniformes, e o
mesmo
objeto
é sempre seguido pelo mesmo evento, começamos a ter a noção de causa e de
conexão.
David Hume, Tratados Filosóficos I,
Investigação sobre o Entendimento Humano,
Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, 2002 (texto adaptado)
A
partir do texto, exponha a tese empirista de Hume sobre a origem da ideia de
conexão causal. Na sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do
texto.
2013
2ª fase
Considere
os seguintes enunciados relativos à posição de David Hume sobre a indução.
1.
As nossas crenças acerca do mundo dependem, em grande parte, da indução.
2.
A crença no valor da indução é justificada pela razão.
3.
As inferências indutivas decorrem do hábito ou costume.
4.
A indução é o método que permite descobrir a verdade.
Deve
afirmar-se que
(A)
1 e 3 são corretos; 2 e 4 são incorretos.
(B)
2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos.
(C)
2 é correto; 1, 3 e 4 são incorretos.
(D)
1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto.
2018, 2F
De acordo com a análise
tradicional do conhecimento, o conhecimento é crença verdadeira justificada.
Será que as conclusões dos argumentos indutivos fortes são conhecimento?
Na sua resposta, deve:
‒ clarificar o problema apresentado;
‒ apresentar inequivocamente a posição
que defende;
‒ argumentar a favor da posição que
defende.
2019, 1ª fase Grupo IV
1. O facto de termos justificação para
uma crença faz dela conhecimento? Porquê?
Ilustre a sua resposta com um exemplo
adequado.
2019, 1ª fase Grupo IV
2. Leia o texto seguinte.
Há uma questão que, na evolução do
pensamento filosófico ao longo dos séculos, sempre desempenhou um papel
importante: Que conhecimento pode ser alcançado pelo pensamento puro,
independente da perceção sensorial? Existirá um tal conhecimento? […] A estas
perguntas […] os filósofos tentaram dar uma resposta, suscitando um quase
interminável confronto de opiniões filosóficas. É patente, no entanto, neste
processo […], uma tendência […] que podemos definir como uma crescente
desconfiança a respeito da possibilidade de, através do pensamento puro,
descobrirmos algo acerca do mundo objetivo.
A. Einstein, Como Vejo a Ciência, a
Religião e o Mundo, Lisboa, Relógio D’Água Editores, 2005, p. 163. (Texto
adaptado)
Será que
tanto Descartes como Hume contribuíram para a «crescente desconfiança» referida
no texto?
Justifique
a sua resposta.
2020, 1ª fase
6. Considere as afirmações
seguintes.
1. Tanto
Hume como Descartes admitem haver conhecimento a priori e conhecimento a
posteriori.
2.
Descartes defende que as ideias claras e distintas são certas.
3. De
acordo com Hume, nenhuma crença verdadeira pode ser justificada apenas pelo
pensamento.
(A) 2 e 3
são verdadeiras; 1 é falsa.
(B) 3 é
verdadeira; 1 e 2 são falsas.
(C) 1 e 2
são verdadeiras; 3 é falsa.
(D) 1 é
verdadeira; 2 e 3 são falsas.
2020, 2ª fase, grupo I
5.
Considere as afirmações seguintes.
1.
Num triângulo retângulo,
o quadrado da
hipotenusa é igual
à soma dos
quadrados dos catetos.
2.
Pitágoras estudou as propriedades do triângulo retângulo.De acordo com Hume,
(A)
1 exprime uma relação de ideias; 2 exprime uma questão de facto.
(B)
1 exprime uma questão de facto; 2 exprime uma relação de ideias.
(C)
1 e 2 exprimem questões de facto.
(D)
1 e 2 exprimem relações de ideias.
Correção:
http://iave.pt/images/arquivo_de_provas/2020/714/EX-Fil714-F2-2020-CC-VD_net.pdf
6.
De acordo com Hume, as nossas expectativas acerca de regularidades futuras
devem-se
(A)
ao intelecto ou razão.
(B)
ao hábito ou costume.
(C)
à uniformidade da natureza.
(D) à ideia inata de causalidade.
2020, 2ª fase, grupo I
7.
Selecione a opção que diz respeito ao problema da definição de arte.
(A)
Uma instalação feita de lixo é uma obra de arte apenas por ser exposta numa
galeria ou num museu?
(B)
Será que a arte deve ter compromissos morais e educativos?
(C)
Será que sem a arte a nossa vida se tornaria desinteressante?
(D)
A intenção do criador ou do artista é relevante para compreender o significado
de uma dada obra de arte?
Correção:
http://iave.pt/images/arquivo_de_provas/2020/714/EX-Fil714-F2-2020-CC-VD_net.pdf
2020, 2ª fase, grupo I
8.
Se um
dado objeto não
for considerado uma
obra de arte
com o argumento
de ser impessoal
e não comover, a teoria da arte implicitamente
admitida como correta é a teoria
(A)
formalista.
(B)
expressivista.
(C)
institucional.
(D)
histórica.
Correção:
http://iave.pt/images/arquivo_de_provas/2020/714/EX-Fil714-F2-2020-CC-VD_net.pdf
2021, 1ª fase, V1
16. Leia o texto seguinte.
Estabelecemos [...] que
todos os corpos […] são compostos de uma mesma matéria, indefinidamente
divisível em muitas partes [...], as quais se movem em direções diferentes […];
além disso, estabelecemos [...] que continua a haver a mesma quantidade de
movimentos no mundo. No entanto, não podemos determinar apenas pela razão o
tamanho dos pedaços de matéria, ou a que velocidade se movem […]. Uma vez que
há inumeráveis configurações diferentes de matéria, […] apenas a experiência
pode ensinar-nos que configurações realmente existem.
R.
Descartes, «Les principes de la philosophie», in Oeuvres de Descartes IX,
Paris, Vrin, 1996, p. 124. (Texto adaptado)
16.1. Identifique os
factos referidos no texto que, de acordo com Descartes, são determinados a
priori e os que são determinados a posteriori.
16.2. Colocando-se na
perspetiva de Hume, como avaliaria a distinção exposta no texto por Descartes?
Na sua resposta, considere os factos referidos no texto.
https://www.examesnacionais.com.pt/exames-nacionais/11ano/2021-1fase/Filosofia-Criterios.pdf
20-21 2ª fase V1
9. De acordo com Hume, a sensação de frescura ao comer um gelado é uma
(A) ideia simples.
(B) relação de ideias.
(C) impressão.
(D) ilusão.
Critérios: https://iave.pt/wp-content/uploads/2021/09/EX-Fil714-F2-2021-CC-VT_net.pdf
2022, 1ª fase
4. No texto seguinte de
Hume, foi deixado um espaço em branco.
Os animais […]
familiarizam-se com as propriedades mais óbvias dos objetos externos e, gradualmente,
a partir do seu nascimento, acumulam conhecimento acerca da natureza do fogo,
da água, da terra, das pedras, das alturas e profundidades, etc., e dos efeitos
que resultam da sua operação. […] Um velho galgo deixará aos mais jovens a
parte mais fatigante da caçada e colocar-se-á de maneira a enfrentar a lebre
nas suas voltas rápidas; as conjeturas que ele faz nesta ocasião não se fundam
senão .
D. Hume,
Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, 1985, p. 102.
(Texto adaptado)
Selecione a opção que,
tendo em consideração a teoria do conhecimento de Hume, permite completar
adequadamente o texto.
(A)
no seu conhecimento das causas.
(B) na sua observação e experiência.
(C)
nas questões de facto e nas relações de ideias.
(D) no princípio da uniformidade da natureza.
2022, 1ª fase
13. Considere o texto
seguinte.
2022, 1ª fase
14. Leia o texto seguinte.
Descartes ficou eternamente famoso com o seu dito «penso, logo existo» (cogito
ergo sum). Mas deu-lhe muito trabalho chegar a ele […]. Ao considerar a
autoapreensão o caso paradigmático de conhecimento, […] Descartes colocou-nos
firmemente no centro do domínio cognitivo. […] A ênfase mudou de «como são as
coisas?» para «como podemos saber como são as coisas?».
N. Rescher, Uma Viagem
pela Filosofia em 101 Episódios, Lisboa, Gradiva, 2018, pp. 148-149. (Texto
adaptado)
14.1. De acordo com o
texto, deu muito trabalho a Descartes chegar ao cogito. Explique como Descartes
lá chegou.
14.2. «Como podemos saber como são as coisas?»
Será que o cogito é o passo fundamental da resposta a esta questão? Na sua
resposta, deve: −− apresentar inequivocamente a sua posição; −− argumentar a
favor da sua posição.
https://www.examesnacionais.com.pt/exames-nacionais/11ano/2022-1fase/Filosofia-Criterios.pdf
2.ª fase 2022
9. Ao aplicar a dúvida metódica, Descartes
chega a imaginar que há um génio maligno que o engana sistematicamente nos seus
raciocínios, mas acaba por concluir que
(A) a hipótese é improvável e, por ser
improvável, não tem poder persuasivo.
(B) só Deus teria o poder de o enganar, e
Deus, sendo bom, não o quereria enganar.
(C) esse génio não o poderia enganar acerca da
sua própria existência enquanto ele pensasse que era alguma coisa.
(D) esse génio, sendo maligno, não poderia
garantir a veracidade das ideias claras e distintas nem o conhecimento.
Critérios: Filosofia-Criterios.pdf (examesnacionais.com.pt)
2.ª fase 2022
10. Selecione a opção que permite completar
corretamente a frase seguinte.
Ao classificar os objetos da investigação
humana, Hume distingue as proposições que dizem
respeito a __________ das proposições que
dizem respeito a __________.
(A) questões de facto ... relações de ideias
(B) impressões ... ideias
(C) perceções ... conteúdos da mente
(D) conjunções constantes ... conexões
necessárias.
Critérios: Filosofia-Criterios.pdf (examesnacionais.com.pt)
____________________________
15. Atente nos dois textos seguintes, A e B, um dos quais foi escrito por Descartes e o outro por Hume.
Texto A
Mesmo que fosse verdade que o meu conhecimento aumenta gradualmente e que há em
mim [potencialmente] muitas coisas, […] nenhuma delas pertence à ideia de Deus. […] Na
verdade, que o meu conhecimento aumente gradualmente é prova certíssima de imperfeição.
Além disso, ainda que o meu conhecimento aumentasse sempre mais e mais, nunca o concebo
por isso como sendo infinito […], porque nunca chegará ao ponto de não ser sempre capaz de
maior acrescentamento. Mas eu afirmo que Deus é infinito […], que nada se pode acrescentar
à sua perfeição.
Texto B
Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes
que possam ser, sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples, copiadas
de alguma sensação ou sentimento precedente. […] A ideia de Deus, no sentido de um Ser
infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as operações da nossa
própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de bondade e sabedoria.
15.1. Identifique o autor do texto A e o autor do texto B, justificando, com base nos textos, as identificações
feitas.
15.2. Justifique que um dos textos contém uma premissa de um argumento a favor da existência de Deus.
https://www.examesnacionais.com.pt/exames-nacionais/11ano/2023-2fase/Filosofia-Criterios.pdf
9. Leia o texto seguinte.
Todos os acontecimentos parecem inteiramente soltos e separados. Um evento segue-se a
outro, mas nunca nos é dado observar qualquer laço entre eles. Eles parecem conjugados, mas
nunca conectados.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Imprensa Nacional–Casa da Moeda, 2002, p. 87.
No texto anterior, Hume parte de uma posição empirista para apoiar uma perspetiva sobre
(A) a causalidade.
(B) a indução.
(C) as relações de ideias.
(D) as perceções.
10. Qual das afirmações seguintes é defendida tanto por Descartes como por Hume?
(A) A ideia de Deus é uma ideia inata.
(B) Deus é necessário para haver conhecimento do mundo.
(C) Há verdades que são conhecidas a priori.
(D) Algumas ideias abstratas não têm origem em impressões.
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