quinta-feira, 15 de setembro de 2011



A filosofia como actividade exige de nós uma postura de abertura face àquilo que nos é apresentado. Por esse motivo, ao aprendiz de filósofo incumbe-lhe descortinar caminhos. Para tal, é necessário ser corajoso. Sim, corajoso.
Na medida em que a curiosidade é-nos conatural, todos nós possuímos uma aptidão para questionarmos a realidade, seja ela qual for. Por que razão não o fazemos? Essencialmente por receio. Deste modo, é importante que os estudantes de filosofia comecem a pensar de modo mais assertivo. Depois de ultrapassar esta primeira fase, descobre-se respostas, emergem novas questões. É um exercício tipo quebra cabeças. O mais difícil é começar, depois nada nos demove no prazer da autodescoberta.

Face a um desenho animado como Os Três Porquinhos, é evidente a necessidade de interrogar as várias cenas com que somos presenteados: o que representa o Lobo? Qual a relação entre as características de cada casa e as personalidades dos porquinhos? O que representam as casas?

Estamos entrar no jogo:
O Lobo é mau? Ou o Lobo está em nós? Não será o lobo a expressão dos nossos medos?
Por que razão os porquinhos têm diferentes protagonismos? haverá alguma conexão entre o prazer, o divertimento e a realidade; entre o princípio do prazer, do imediato e o princípio da realidade? Esta realidade é-nos imposta ou corresponde ao modo como cada um de nós a encara?

Introdução à Lógica



Durante o 10º ano fizemos um percurso que nos demonstrou que a filosofia, além do seu conteúdo crítico e atento ao mundo, também deve ser consequente. Neste sentido, a lógica, enquanto ciência que se debruça sobre os princípios fundamentais do pensamento, procura os argumentos válidos. Como a filosofia é uma actividade essencialmente argumentativa, então o estudo dos argumentos válidos reveste-se de primordial importância.
O que é um argumento válido? O que é um argumento?
No nosso quotidiano utilizamos muitas vezes a expressão «isso não tem lógica» para designar algum pensamento que, à partida, entra em litígio com aquilo que consideramos correto em termos de pensamento: não posso afirmar e simultaneamente negar esse algo. Portanto, estamos atentos ao modo como os nossos interlocutores executam a nobre tarefa de raciocinar, utilizando um conjunto de frases que se interligam no sentido de atingir uma conclusão:

Um sistema político é importante para a sobrevivência da humanidade. A democracia é um sistema político. logo, é importante para a sobrevivência da humanidade.

Este argumento possui um conjunto de frases que são anteriores à conclusão «logo, é importante para a sobrevivência da humanidade». Essas frases designam-se de premissas: «Um sistema político é importante para a sobrevivência da humanidade» e «A democracia é um sistema político».

Exercícios:
Identifique as premissas e as conclusões dos seguintes argumentos:
1. A água é H2O e o mar é constituído por água. Logo o mar é H2O.
2. A natureza é bela porque alguém a criou e a beleza é um acto de criação.
3. A pena de morte é ilegítima, pois não se deve causar a morte a um ser humano em circunstância alguma.