terça-feira, 10 de maio de 2011

O véu da ignorância. Rawls II

O problema é assim claro: como escolher justamente os princípios da Posição Original? Diz Rawls que o véu de ignorância significa que os intervenientes «não sabem como é que as alternativas vão afectar a sua situação concreta e são obrigados a avaliar os princípios apenas com base em considerações gerais» (Uma Teoria da Justiça, 121). Será importante que ninguém conheça o seu lugar na sociedade, a sua classe ou estatuto, assim como os seus talentos naturais. A única coisa que conhecem é o facto da sociedade estar submetida à justiça. Estes pressupostos garantem a regra maximin. Num conjunto de alternativas os sujeitos na posição original têm tendência de jogar pelo seguro, na medida em que estão sob a influência do véu, escolhendo os princípios que melhor previnam situações futuras. Numa situação em que há possibilidade de fazer a distribuição de bens de forma muito desigual (por exemplo, distribui-se 10 bolos por três pessoas, ficando um com 2, outro com 6 e outro com dois) ou de forma pouco desigual (3 para um, 3 para outro e 4 para outro), a tendência razoável (ver a diferença entre Racionalidade e Razoabilidade na obra de Rawls Liberalismo Político) seria escolher a segunda hipótese, pelo menos por mera precaução.

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