quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Tema da Estética: O Belo II


Pela análise ao anterior texto, foi fácil constatar que Platão coloca a Beleza ao mesmo nível que a Verdade, o Bem ou a Justiça. Todos estes conceitos justificam o que existe de forma participada no mundo sensível. Por isso, Platão diz que a Verdade, o Bem e a Beleza são Ideias e, por isso, correspondem à verdadeira realidade. Recuperando a análise feita ao texto da Alegoria da Caverna, as Ideias são a causa das aparências. Assim, o Belo é a causa do belo, o Bem do bem e assim sucessivamente.
Contudo, aqui podemos levantar várias questões. De entre elas, qual a consequência de colocar o valor da Beleza como idêntico ao valor da Verdade, não em termos de importância - consideramos que a nossa existência exige também a Beleza, além da Verdade - mas relativamente ao seu carácter gnoseológico. Sabemos que o alcance platónico da Ideia consiste na defesa da universalidade, daí a presença de um forte investimento por parte de Platão a favor de um intelectualismo, i. é, o exercício da racionalidade permite um maior acesso às Ideias. Contudo, se um cientista me disser que uma determinada fórmula química é constituída por certos elementos, não discuto a veracidade porque há sempre maneira de confirmar. Porém, quando afirmo que algo é belo não consigo evitar interrogações, admirações, e discussões. Porque será? Possivelmente devido ao espírito subversivo da beleza. Vamos então tentar vislumbrar a sua substância começando por evidenciar alguns dos seus truísmos.

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