Pelo simples facto de haver desacordo entre culturas e elas possuírem códigos morais diferentes, não podemos concluir a não existência de uma moral universal única. É certo que o relativismo torna-nos mais abertos e apela a que tentemos ser benevolentes com aquilo que é praticado nas outras sociedades. No entanto, adoptando esta visão de forma radical, perdemos o nosso espírito crítico. Deixamos de poder criticar não só as outras práticas culturais, como também as que existem dentro da nossa própria sociedade (e que, por vezes, temos dificuldade em compreender). É importante as pessoas discernirem bem a sua posição e é crucial perceberem a diferença entre racismo e opinião crítica. Podemos criticar o que pensamos não ser correcto sem com isso sermos acusados de racismo. Sem este espírito, nem sequer existiria progresso moral. Pessoalmente, penso que qualquer cultura deveria sempre e acima de tudo respeitar a vida e a dignidade humanas. Obviamente, sou contra certas práticas, ainda que tenha consciência que há sempre muitos factores em jogo. Rachels dá o exemplo dos esquimós que matam as bebés, porque há falta de comida e, uma vez que os homens são os seus principais fornecedores, são mais precisos. É uma questão de sobrevivência. Será que com esta prática os esquimós dão menos valor à vida humano do que nós?
Sara Gonçalves.
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