segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Kant - parte III
A dignidade humana reside, segundo Kant, na própria racionalidade. Assim, qualquer acção deve sempre levar em consideração a possibilidade da pessoa decidir por si. Caso eu seja empresário e receba uma proposta de encomenda, o meu dever é informar devidamente o meu interlocutor quanto às minhas possibilidades de cumprimento ou não do acordo para que possa decidir livremente. Isto é, se receber a proposta de encomenda e aceitá-la mesmo sabendo que não consigo entregá-la atempadamente, estou e mentir e, por isso, não estou a respeitar a dignidade da outra pessoa. Pelo contrário, se informar o meu parceiro de negócio da impossibilidade de expedir a encomenda dentro do prazo, estou a respeitá-lo. Nas palavras de Kant, no primeiro caso, não estou a agir por dever porque estou a utilizar a pessoa como um meio para as minhas aspirações. Respeitar a dignidade da pessoa é considerá-la um fim em si mesmo, permitindo que, no caso relatado, ela seja capaz de decidir de acordo com a sua própria racionalidade. Deste modo, a única forma de agir moralmente é agir de acordo com um imperativo que tem a sua génese na autonomia da vontade. O que significa ser autónomo?
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