quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O conhecimento a priori e a posteriori. As proposições analíticas e sintéticos

Retirada daqui: http://canaldoempreendedor.com.br/coaching/em-vendas-conhecimento-e-poder-veja-dicas-para-manter-a-equipe-atualizada/

 

O que é o conhecimento a priori?

Antes de mais convém refletir sobre o conhecimento sintético e analítico. Comummente, o primeiro corresponde a todas as proposições que aumentam o conhecimento. Por exemplo, quando afirmo que a água ferve a 100º estou a construir um conhecimento sintético porque 100º não está incluído na noção da fervura. Por isso, não é um conhecimento necessário e universal. Da mesma forma, a afirmação de que Ronaldo é mais pesado do que Messi tem carácter sintético assim como a proposição «a neve é branca» . A analiticidade das proposições é encontrada quando o predicado de um juízo está já contido no próprio sujeito, isto é, o predicado é «achado» pela simples análise do sujeito. Encontramos exemplos como «os homens calvos são homens» ou «um bom poeta é um poeta» que demonstram a analiticidade. Estes exemplos são triviais assim como é trivial a sua aplicação na argumentação. Como diz Russell, a não ser que queiramos construir algum sofisma, estas proposição nunca deviam ser enunciadas porque não acrescentam algo ao conhecimento.

É muito comum apresentarmos o conhecimento a priori como o que está antes da experiência, considerando a experiência como o contacto dos sentidos com a realidade exterior. Ora, a conotação que lhe vamos atribuir é kantiana. O seu significado corresponde ao que é independente da experiência e só pode ser alcançado pelo pensamento. É fácil ver que há ciências aprioristas. A matemática ou a lógica possuem estas características. Quando afirmo 2+2=4, recorri ao pensamento para alcançar o resultado. Contudo, os mais atentos interrogar-se-ão se realmente não há recurso à experiência na medida em que necessito de concretizar o cálculo. Como Russell mostra («Como o conhecimento a priori é possível » in Problemas da Filosofia), recorrendo a Kant, 7 e 5 devem ser colocados juntos para somar 12; a ideia de 12 não está contida em 7 e 5. Significa isto que a matemática pura é idêntica, no que aos seus métodos diz respeito, às ciência naturais? Ao contrário destas, em que é necessário um grande número de testes para confirmar uma teoria, na matemática basta sabermos uma vez que 2+2=4. Daí que a matemática não seja a posteriori mas a priori.

A posteriori significa o que é oriundo da experiência. Quando afirmo que a água é H2O ou que limão é ácido, tenho de recorrer à experiência.

Finalmente, qual a diferença entre sintético e analítico e «a priori» e «a posteriori»? A primeira é uma distinção semântica acerca de tipos de frases, a segunda é uma distinção epistemológica acerca de tipos de modos de conhecer  (http://criticanarede.com/docs/etlf_analitico.pdf).              

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