segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Lógica Proposicional


Através da lógica proposicional é possível avaliar a validade de um argumento. Um inspector de circunstância, com o recurso às tabelas da verdade, pode revelar se um argumento é válido pela simples constatação da presença ou não de circuntâncias que possuem premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Contudo, será necessário algumas explicações prévias.


 Vejamos os seguintes argumentos:


Platão é grego e Sócrates é grego
Logo, Platão é grego

Em lógica proposicional aplicamos determinadas letras para substituir as proposições, tal como em aritmética substituímos números por letras: 2+3=5 pode-se exprimir por X+Y=Z quando queremos dizer qualquer número.

Quantas proposições temos no exemplo?

Duas: Platão é grego e Sócrates é Grego. De seguida vamos substituir cada proposição por uma letra

p: Platão é grego.
q: Sócrates é grego.

Então, substituindo as proposições por letras, fica: P e Q, logo P. A estas letras chamaremos variáveis proposicionais

variáveis proposicionais: Correspondem às letras P,Q, R... que representam lugares vazios que só podem ser ocupados por proposições.

Exercícios: substituir as proposições pelas respectivas letras.

O João é alto e a Maria é Alta
Logo, o João é Alto

Resposta: 

p: João é alto.
q: Maria é alta

p e q, logo p

As conectivas


Utilizamos conectivas proposicionais para expressar determinadas formas lógicas. Entende-se por conectiva expressões que se podem acrescentar a uma frase ou frases, formando assim novas frases:

Por exemplo: se juntarmos a expressão «ou» às frases «Platão era romano» e «Platão era grego», ficamos com a frase «Platão era romano ou Platão era grego».

Existem muitas formas conectivas: Penso que, acho que, porque...não são frases mas que servem para gerar uma frase se for colocada alguma depois dela.

Conectivas verofuncionais


Uma conectiva proposicional é verofuncional quando o valor de verdade da proposição com a conectiva é inteiramente determinado pelo valor de verdade da proposição ou proposições sem conectiva.



Apesar de haver várias conectivas, a Lógica Proposicional estuda cinco conectivas:

  1. ou… - A casa é amarela ou está isolada                               v - disjunção
  2. e… - A casa é amarela e está isolada………………………^ - conjunção
  3. não…- A casa não é amarela………………………………….¬ - negação
  4. se…,então… - Se estiver sol, então irei à praia……………….-> - condicional
  5. se, e só se,..- Irei à praia, se e só se, estiver sol……………<-> bicondicional

Tabelas da verdade


A disjunção


Uma tabela da verdade é uma disposição gráfica que permite exibir as condições de verdade de uma forma proposicional dada.

Assim, segundo a proposição «O professor vai ganhar a lotaria ou os alunos vão ganhar» pode ser traduzida por uma tabela da verdade da seguinte maneira:

P  Q
P  v  Q
V  V
V  F
F. .V
F.. F
V
V
V
F

Estão evidenciadas as condições de verdade de uma disjunção inclusiva, caso os dois ganhem.

Contudo, se usasse a minha disjunção de modo exclusivo, caso o professor ganhasse de forma exclusiva, a tabela já seria diferente:

P  Q
P v  Q
V  V
V  F
F. .V
F.. F
F
V
V
F

A Conjunção


A conjunção corresponde a proposições cujo conector verofuncional é o «e»

Assim temos um exemplo: «Manuel de Arriaga está apaixonado» e «Manuel de Arriaga é rico»

Eis a tabela da verdade:

P  Q
P ^ Q
V  V
V  F
F. .V
F.. F
V
F
F
F

A Negação


Chama-se negação a qualquer proposição tipo «não P»

Eis a tabela da verdade:

P
¬P
V
F
F
V


Exercícios:
1-Diga o valor de verdade das seguintes proposições:

a)      3»1 e 4»2.
b)      O sol é um planeta ou Júpiter é uma estrela.
c)      O papagaio é uma ave ou a cobra é um réptil.
d)     2 é divisor de 6 e 7 é múltiplo de 3.

2- Considere as seguintes proposições:
            p- Manuel é futebolista
            q- Manuel é pintor
Escreva em linguagem natural
a)      p ^q
b)      pvq
c)      ~pvq~
d)     ~p^~q
e)      ~qv~p

Condicional


Chama-se condicional a qualquer argumento com a forma «se P, então Q»

Por exemplo: «se a relva é verde, então tem clorofila».




P  Q
P=>Q
V  V
V  F
F. .V
F.. F
V
F
V
V

Uma condicional é falsa quando a antecedente é V e a consequente é F
É fácil colocar um F na segunda linha. Se a relva é verde e não tiver clorofila, então é falsa a condicional.

Nos meios lógicos, a condicional é bastante questionada quanto à sua verofuncionalidade. Os estóicos consideram que a condicional é verofuncional porque, ao construirmos uma proposição tipo «se, então» estou a sugerir uma conexão mas não afirmo efectivamente a existência de tal conexão.

Um argumento deste tipo pode ser enganador mas não é falso.


Bicondicional


P se, e só se, Q
Ex: Um argumento dedutivo é válido se, e só se, for impossível as premissas serem verdadeira e a conclusão falsa.

João terminará a horas o seu trabalho se, e só se, os amigos o ajudarem


P  Q
P<=>Q
V  V
V  F
F. .V
F.. F
V
F
F
V

3 comentários:

  1. Foste tu, amigo, que escreveste o artigo acima?
    É que não entendo mesmo a lógica do exemplo «Platão é grego e Sócrates é grego
    Logo, Platão é grego»

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    1. Jorge, em lógica é habitual utilizarem-se exemplos muito simples para realçar o que realmente é importante. E o importante na lógica é a validade dos argumentos. Compreende-se , caso estejamos a argumentar algo, devemos considerar utilizarmos argumentos válidos, independentemente do valor de verdade ou de falsidade das proposições utilizadas. Assim, devemos partir do seguinte pressuposto: se as premissas forem verdadeiras, num argumento válido, a conclusão será também verdadeira. O argumento Platão é grego e Sócrates é grego
      Logo, Platão é grego é válido. Se for verdade que Platão é grego, posso concluir que é verdade que é grego. Logo, é um argumento válido porque a conclusão é plenamente justificada pela premissa.

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