O sentido da existência
Esta matéria, como já devem
ter reparado, é um pouco chata. Tal facto fica-se a dever à necessidade que
vós, e todas as pessoas, tendes de pensar em coisas bem mais interessantes,
como serve de exemplo saborear um belo gelado! É só um exemplo.
Efectivamente, questões como
para onde vou?, O que me espera?, O que é
o Homem?, qual o sentido da minha existência?, Porque estudo? Para que nos serve o que estudámos? são problemáticas
que, felizmente, ainda não se encontram nas vossas reais preocupações e
preferências.
Contudo, existem filósofos
que pensam sobre estas coisas, muitos deles com aspectos interessantes, outros
nem por isso. Vamos dar, então, início ao nosso caminho pelas problemáticas
existencialistas.
Na história da filosofia existem
várias posições acerca do presente tema. Fazendo um breve síntese, poderemos
dizer que as tendências filosóficas que se debruçaram sobre o sentido da
existência dividem-se em duas grandes orientações:
As que negam
um sentido para a existência
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As que
admitem um sentido para a existência
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Negam a existência de qualquer tipo de
transcendência (algo de ultrapassa cada indivíduo, que o comanda e para o
qual tende) ou mesmo de racionalidade para a existência. O ser humano é
apenas um animal, aparentemente mais evoluído que os restantes que habitam o
planeta, constantemente envolvido nas lutas de poder que constituem a luta
pela sobrevivência, uma espécie que, devido aos acasos das mutações
genéticas, às transformações planetárias e à sua própria acção, está fazendo
um percurso no tempo e que perecerá (desaparecerá) quando a fonte de energia
do nosso sistema planetário (o sol) se extinguir, tal como se extingue a vida
de cada um dos indivíduos. A existência é, por isso, um absurdo sem qualquer
espécie de sentido.
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a)
Aceitam uma transcendência divina e concebem os seres humanos como
criaturas de Deus, dotados de uma essência ou alma divina que os diferencia
radicalmente dos restantes seres vivos. Embora a vida individual se extinga
com a morte, admitem que não termina aí a sua aventura pois, sendo a alma
imortal, continuará a existir após a morte. Acreditam numa vida espiritual
antes e depois da morte biológica. É o caso das religiões.
b)
Embora não admitam uma transcendência divina, admitem que há uma
racionalidade na História (é o caso do comunismo e marxismo). Os actos
humanos, nomeadamente as formas económicas, revelam um sentido da história
humana, quer realizando um ideal inerente à actividade humana (ausência de
classes sociais para o comunismo), quer um realizando um ideal hedonista, de
prazer e consumo (como o capitalismo). Também podem aparecer ideais de paz e
harmonia.
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