O Positivismo de Littré
< Ø Não
deu como garantida a exclusividade da sociologia na explicação do fenómeno
social. A Biologia, a par da antropologia darwinista, da Economia, da linguística
e da História, trouxe uma urgente redefinição epistemológica. Littré tenta
adequar estas novas temáticas à taxonomia positivista. Acrescente-se a
influência de Mill que resfreou a impetuosidade do estatismo comteano com a
afrimação do indivíduo, à boa maneira inglesa.
< Ø Atento
à afirmação de classes intermédias, Littré procurou retirar à burguesia
abastada a hegemonia que Comte lhe havia dado. Assim criou vias para a
afirmação do republicanismo burguês contra o monarquismo, o clericalismo e o
revolucionarismo socialista.
Ø Inspirando-se
na máxima Ordem e Progresso, Littré
tentou justificar um republicanismo moderado, cujo desenlace se deu a III
república francesa em 1870<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]-->,
adequando o positivismo às necessidades da luta contra o monarquismo, o
clericalismo e o socialismo revolucionário.
A importância do positivismo na consolidação
do republicanismo
< O
positivismo, apesar da enorme importância que teve em Portugal, não fomentou qualquer
unanimidade. De facto, houve pensadores que rejeitaram a ideia de se impor um
positivismo em Portugal. Antero de Quental foi um deles. Apelidando o
positivismo de jacobinismo demagógico, Antero considerava a aceitabilidade das
teorias positivistas por parte de certa intelectualidade portuguesa como uma
demonstração do simplismo como as teses de Comte estavam organizadas. Também Sampaio
Bruno comungava desta ideia, acrescentando que esta simplicidade ia ao encontro
da preguiça mental portuguesa.
<
Os positivistas tinham uma idêntica opinião no plano contrário, pois consideravam que o Positivismo requeria para a sua compreensão uma educação científica, o que o tornava inacessível para os intelectuais oriundos dos meios teológicos e metafísicos.
Os positivistas tinham uma idêntica opinião no plano contrário, pois consideravam que o Positivismo requeria para a sua compreensão uma educação científica, o que o tornava inacessível para os intelectuais oriundos dos meios teológicos e metafísicos.
<
O partido Republicano (1873-1876)
O partido Republicano (1873-1876)
Com uma base essencialmente
pequeno-burguesa e, por isso, urbana, surgiu nos finais do século XIX o Partido
Republicano. A cada vez mais precária situação do proletariado e a crise
interna proveniente da transmutação do nosso capitalismo, promoveu a ascensão
da pequena burguesia, constituída essencialmente por intelectuais oriundos de
classes profissionais ligadas ao jornalismo à docência universitária e ao
pequeno comércio.
<
1. Cultivo das ciências exactas nas escolas politécnicas e médicas e respectivo ataque ao espírito teológico.
1. Cultivo das ciências exactas nas escolas politécnicas e médicas e respectivo ataque ao espírito teológico.
< A
ideia configurada pela argumentação positivista da inevitabilidade da
positividade. A teoria antecipa a sua veracidade.
2. Despertar
político e ânsia de poder das classes médias sobretudo da pequena burguesia
face à fraqueza social do proletariado e à crise interna resultante da crise do
nosso capitalismo industrialista.
Com a guerra da Patuleia[2],
o liberalismo mais progressista sai derrotado, promovendo-se um poder exercido
pela lata burguesia bancária e comercial e pelos grandes senhores agrários. Por
conseguinte, o desenvolvimento não passou por uma dinâmica industrial.
Conjugou-se simplesmente as vontades destas classes. Por este motivo, não é descabido falarmos numa defesa das classes
intermédias por parte do republicanismo através da defesa de um mercado
liberal, concordante com o darwinismo.
[1] Depois da deposição de Napoleão III e da derrota francesa na guerra franco-prussiana. Durou até 1940.
[2] Guerra
civil após a revolução de Maria da Fonte. Durou oito meses opondo os cartista
com o apoio da rainha D. Maria II a uma coligação entre setembristas e
miguelistas.
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