terça-feira, 4 de outubro de 2011

República II


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O Positivismo de Littré


<   Ø Não deu como garantida a exclusividade da sociologia na explicação do fenómeno social. A Biologia, a par da antropologia darwinista, da Economia, da linguística e da História, trouxe uma urgente redefinição epistemológica. Littré tenta adequar estas novas temáticas à taxonomia positivista. Acrescente-se a influência de Mill que resfreou a impetuosidade do estatismo comteano com a afrimação do indivíduo, à boa maneira inglesa.
<   Ø Atento à afirmação de classes intermédias, Littré procurou retirar à burguesia abastada a hegemonia que Comte lhe havia dado. Assim criou vias para a afirmação do republicanismo burguês contra o monarquismo, o clericalismo e o revolucionarismo socialista.
    Ø  Inspirando-se na máxima Ordem e Progresso, Littré tentou justificar um republicanismo moderado, cujo desenlace se deu a III república francesa em 1870<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]-->, adequando o positivismo às necessidades da luta contra o monarquismo, o clericalismo e o socialismo revolucionário.

A importância do positivismo na consolidação do republicanismo


<   O positivismo, apesar da enorme importância que teve em Portugal, não fomentou qualquer unanimidade. De facto, houve pensadores que rejeitaram a ideia de se impor um positivismo em Portugal. Antero de Quental foi um deles. Apelidando o positivismo de jacobinismo demagógico, Antero considerava a aceitabilidade das teorias positivistas por parte de certa intelectualidade portuguesa como uma demonstração do simplismo como as teses de Comte estavam organizadas. Também Sampaio Bruno comungava desta ideia, acrescentando que esta simplicidade ia ao encontro da preguiça mental portuguesa.
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    Os positivistas tinham uma idêntica opinião no plano contrário, pois consideravam que o Positivismo requeria para a sua compreensão uma educação científica, o que o tornava inacessível para os intelectuais oriundos dos meios teológicos e metafísicos.
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     O partido Republicano (1873-1876)
Com uma base essencialmente pequeno-burguesa e, por isso, urbana, surgiu nos finais do século XIX o Partido Republicano. A cada vez mais precária situação do proletariado e a crise interna proveniente da transmutação do nosso capitalismo, promoveu a ascensão da pequena burguesia, constituída essencialmente por intelectuais oriundos de classes profissionais ligadas ao jornalismo à docência universitária e ao pequeno comércio.
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      1. Cultivo das ciências exactas nas escolas politécnicas e médicas e respectivo ataque ao espírito teológico.
<    A ideia configurada pela argumentação positivista da inevitabilidade da positividade. A teoria antecipa a sua veracidade.
     2. Despertar político e ânsia de poder das classes médias sobretudo da pequena burguesia face à fraqueza social do proletariado e à crise interna resultante da crise do nosso capitalismo industrialista.
Com a guerra da Patuleia[2], o liberalismo mais progressista sai derrotado, promovendo-se um poder exercido pela lata burguesia bancária e comercial e pelos grandes senhores agrários. Por conseguinte, o desenvolvimento não passou por uma dinâmica industrial. Conjugou-se simplesmente as vontades destas classes. Por este motivo, não é descabido falarmos numa defesa das classes intermédias por parte do republicanismo através da defesa de um mercado liberal, concordante com o darwinismo.


[1] Depois da deposição de Napoleão III e da derrota francesa na guerra franco-prussiana. Durou até 1940.
[2] Guerra civil após a revolução de Maria da Fonte. Durou oito meses opondo os cartista com o apoio da rainha D. Maria II a uma coligação entre setembristas e miguelistas.


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