sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Justiça


A Justiça é a essência das instituições sociais assim como a verdade é a virtude do conhecimento. Numa sociedade justa a igualdade de liberdades e direitos entre os cidadãos é considerada como definitiva (Rawls, Teoria Da Justiça, 27). Por esse motivo, qualquer política que se queira introduzir num Estado só é efectivada a partir de uma concepção de justiça.
A noção comum de justiça corresponde à ideia de atribuir aos outros aquilo que lhes é devido. Obviamente falando de justiça distributiva.
Quais as várias concepções:
1.       A justiça como igualdade:
Os igualitaristas defendem que numa sociedade justa cada pessoa deve receber benefícios iguais. Ao longo da história muitas teorizações tentaram materializar-se, com os respectivos insucessos. Tal não significa que o igualitarismo não possui as suas virtudes, mas encontra-se limitado pela constatação da existência de óbvias diferenças de características, méritos e desempenhos entre os seres humanos.  
2.       A Justiça de um ponto de vista utilitário.
Se, como foi abordado no tema da ética, o Utilitarismo visa uma maximização da felicidade, então será fácil constatar que na justiça o Utilitarismo pretende o interesse geral da sociedade. Ora, estas ideias, apesar de encontrar em muitos estados um terreno fértil para a sua aplicação, possuem também muitos críticos, na medida em que, segundo estes, o Principio Utilitarista pode promover injustiças gritantes porque é reconhecida a existência de direitos inalienáveis no ser humano que em caso algum devam ser violados.
3.       A justiça e a igualdade de oportunidades.
Ideia actualmente muito em voga, a igualdade de oportunidades corresponde à meritocracia associada ao pleno direito das pessoas possuírem iguais oportunidades de alcançarem determinado tipos de actividades e posições sociais. Parece uma ideia atraente mas que, por vezes, nos faz pensar naqueles que não são capazes de ter mérito na medida em que nem todas as pessoas, quer por razões naturais, quer por razões sociais, não possuem as mesmas oportunidades. As pessoas são muito ou pouco inteligentes, muito ou pouco bonitas; da mesma forma, nasce-se numa circunstância favorável ou desfavorável em termos culturais e económicos. Por estas razões John Rawls esboçou uma possível solução na obra Uma Teoria da Justiça.

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