sábado, 2 de julho de 2011

Expressão Filosófica das Viagens da Minha Terra - Parte I

Romantismo como filosofia [1]


·         Significado do iluminismo  

v  O classicismo e a literatura aristocrática deixaram-se modelar por uma apatia de privilégio, perdendo uma boa dose de questionação do mundo. O Iluminismo representou um profunda mudança cultural. Imprimiu uma mudança na ideia de Estado e na arte
v  O Iluminismo trouxe um abalo a esta ordem de coisas. A modernização do Estado foi o efeito de um amplo desenvolvimento da filosofia e da ciência.
v  A mudança promoveu uma nova perspectiva face à decadência e ao analfabetismo, situação muito do agrado da intelectualidade do antigo regime.
v  A promoção de condições de acesso à cultura, padrões estéticos e de gosto foram profundamente alteradas.
v  Urgência na atribuição de liberdades fundamentais de expressão, religião e de justiça social.

·         Reacção ao iluminismo: Predilecção pelo Volkgeist

v  Com  a actividade laboriosa da burguesia, as literaturas autóctones foram ganhando novo vigor.
v  A hegemonia da razão para solucionar todos os problemas e males sociais começava a ser posta em causa.

·         Exaltação do poder da imaginação, do eu criador e o papel do sentimento e da intuição.

v  Papel de Rosseau. Sem negar a importância da razão, Rosseau limitava-a a uma das duas componentes fundamentais. A outra seria o coração. O indivíduo sensível e imaginativo na presença do mundo dado na sua imediaticidade natural e exponânea, tornou-se no bom selvagem, promovendo a imaginação.
v  O génio artísico ocupa o lugar do filósofo.
v  Procura individual do seu próprio ideal moral em detrimento das leis universais ditadas pela razão prática impessoal.
v  Concepção orgânica da natureza que vibra em uníssono com o espírito, revestida da beleza e mistério deste.
v  Sentimento e nostalgia do infinito materializado numa concepção unitária do homem e da natureza.
v  Substituição das noções de tempo estático, de determinismo absoluto, de fé e imutabilidade do gosto e do belo pelas de devir hitórico, relatividade e descrença no catolicismo.
v  Identidade entre finito e infinito.


[1] Ver Alberto Carvalho, «apresentação crítica…», in Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett, colecção textos literários, Editorial Comunicação, Lisboa, 1987, pp 17 e ss.

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