domingo, 13 de fevereiro de 2011

Utilitarismo. dois casos práticos: Os animais não-humanos e a Eutanásia.

1.
A tradição ocidental sempre considerou uma forma de diferenciação de espécies: a racionalidade e linguagem. Tradicionalmente, os animais não pensam como também não falam.
Para o utilitarista, isto não interessa. O importante é saber da possibilidade dos animais serem capazes de felicidade ou de infelicidade; prazer ou dor.
Em cada circunstância deve avaliar-se o ganho compensatório de felicidade que justifique a utilização de animais, por exemplo, nos laboratórios.


2.
(exemplo retirado de James Rachel, Elementos da Filosofia Moral, Gradiva)
Matthew Donnely era uma físico. Em virtude de sucessivas exposições aos raios X, contraiu cancro, perdendo várias partes do corpo devida a cirurgias, sentindo dores permanentes. Sabendo que ia morrer, pediu ao seu irmão que o matasse.

Segundo a nossa tradição cristã, o que o  irmão de Donnely fez foi inaceitável. A vida é um escrutínio de Deus.
Qual a posição do utilitarismo?

1- Tendo em conta as alternativas ao dispor de Donnely, qual delas teria as melhores consequências globais?
2- Qual acção produziria o maior equilíbrio entre felicidade e infelicidade, para todos os envolvidos?
R: A Eutanásia, num caso como este, seria moralmente aceitável.


3 comentários:

  1. Tal como respeitar os animais que experimentam prazer e dor, devemos tomar a eutanásia voluntária como uma opção segundo a ética utilitarista. É certo que estamos a ir contra o argumento da "santidade da vida humana", tão enraizado no mundo cristão. No entanto, para o utilitarismo há que agir sempre com vista a um maior grau de felicidade. Assim, e uma vez que somos donos da nossa própria vida, temos o direito de decidir se queremos continuar ou não a viver. Se morrer é a hipótese que trará maior felicidade, então, devemos morrer. Há um filme muito bom sobre a questão da eutanásia. Chama-se "Mar Adentro". No outro dia, o João, miúdo a quem dou explicações, disse-me que o viu numa aula de Filosofia e que tinha gostado muito, porque obrigou-o a fazer uma reflexão sobre uma questão tão importante e, ao mesmo tempo, tão difícil. O filme tem como personagem principal Ramón, um homem que, obrigado a viver o resto dos seus dias acamado, com um corpo morto, pede a morte. Será legítimo fazer-lhe a vontade?

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  2. Aqui fica o link do trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=PxXb_YZ-CQI

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  3. Sim, já vi o filme, Sara. Baseia-se num caso verídico ocorrido em Espanha, creio que na Galiza.

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