quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A propósito de Pisa

Torre De Pisa
(imagem retirada daqui)

Quando o silêncio e a relativização se tornam necessários, é quando os políticos mais falam. A propósito dos resultados de Pisa, as reacções foram estridentes, estabelecendo relações causa-efeito ilegítimas. Designa-se por post ergo, ergo propter hoc a falácia onde se assume que um efeito é consequência de uma determinada causa por mera sucessão temporal. Se José Sócrates afirma que os melhores resultados se devem à política governamental de educação está, obviamente, a incorrer nesta falácia. Pelo menos tem o mérito de proporcionar aos estudantes de filosofia casos concretos de falácias.

Wikileaks e Ética


A propósito disto convém dizer duas pequenas coisas. Em primeiro lugar, a publicitação de conteúdos considerados «segredos de estado» só se justifica se a consequência tiver mais vantagens do que prejuízos. Neste caso em particular creio que traz mais prejuízos do vantagens. Logo, num ponto de vista utilitarista, considero ilegítima o exacerbamento da Sociedade Transparente. De facto, se todos os estados fossem transparentes assim como as pessoas, seria possível viver? A ocultação e o segredo ainda são importantes. Claro está que, caso haja um benefício evidente, a divulgação de conteúdos secretos, tal como aconteceu com o caso irão-contras ou com Watergate, é legítima. Agora, se a administração americana considera que Zapatero é «um felino na selva» não é algo que contribua para a felicidade. Bom, convenhamos que pode contribuir para uns sorrisos...