sábado, 3 de dezembro de 2011

Lógica, lógica informal, demonstração, demonstração dialética, retórica e persuasão




1.       No estudo que efetuámos sobre a lógica vimos como se estruturam os argumentos dedutivos válidos. Partimos do pressuposto que, se as premissas forem verdadeiras a conclusão também será verdadeira. Assim, num argumento válido as premissas sustentam a conclusão. Esta característica da validade é atribuída a todos os argumentos. Contudo, há argumentos que utilizam demonstrações dialéticas, pois utilizam premissas passíveis ou não de concordância. Portanto, aquela distinção entre demonstração e argumentação é mais formal do que real, pois a argumentação também se estabelece a partir da lógica formal, nomeadamente pela avaliação da validade.

Demonstração
Demonstração dialética
Se 2+2=4, então 3+1=4. 2+2=4, logo 3+1=4
Todos os seres têm direitos. O javali é um ser, logo o javali tem direitos

É fácil constatar que a diferença fundamental entre a demonstração e a demonstração dialética reside no facto das premissas da demonstração dialética serem discutíveis, ao passo que as premissas da demonstração são verdades necessárias e estabelecida, embora ambos possam ser avaliados através da lógica.
2.       Em virtude do seu carácter discutível, a demonstração dialética procura, além da validade, a persuasão, isto é, procura a melhor forma de construir argumentos bons. Para tal, recorre a outros instrumentos, como a retórica. Um bom argumento procura convencer, auxiliando-se na retórica no sentido de encontrar vias que tornem possível um maior esclarecimento e uma forma de comunicação mais eficaz. No decurso de uma discussão, resultado da presença de um argumento dialético, os interlocutores utilizam outros argumentos como a indução, a analogia ou os argumentos de autoridade. Evidentemente que os devem utilizar da melhor forma para não caírem em falácias, como pode servir de exemplo a generalização precipitada. Para tal, o contexto, o conhecimento do auditório e outras variáveis devem ser devidamente ponderadas.
3.   Porém não devemos esquecer a distinção entre persuasão e manipulação. Um dos ingredientes fundamentais de qualquer argumentação reside no respeito que qualquer pessoa merece. Para tal, a nossa intenção deve persuadir, atribuindo ao nosso interlocutor o respeito devido, apontando as razões e dando-lhe liberdade de pensamento, não o condicionando na sua racionalidade. A manipulação não permite que tal aconteça. Ela sugere, não demonstra, procurando jogar com as emoções e com o subconsciente.