1. No
estudo que efetuámos sobre a lógica vimos como se estruturam os argumentos
dedutivos válidos. Partimos do pressuposto que, se as premissas forem
verdadeiras a conclusão também será verdadeira. Assim, num argumento válido as
premissas sustentam a conclusão. Esta característica da validade é atribuída a
todos os argumentos. Contudo, há argumentos que utilizam demonstrações
dialéticas, pois utilizam premissas passíveis ou não de concordância. Portanto,
aquela distinção entre demonstração e argumentação é mais formal do que real,
pois a argumentação também se estabelece a partir da lógica formal,
nomeadamente pela avaliação da validade.
Demonstração
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Demonstração dialética
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Se 2+2=4, então 3+1=4. 2+2=4, logo 3+1=4
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Todos os seres têm direitos. O javali é um ser,
logo o javali tem direitos
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É fácil constatar que a diferença
fundamental entre a demonstração e a demonstração dialética reside no facto das
premissas da demonstração dialética serem discutíveis, ao passo que as
premissas da demonstração são verdades necessárias e estabelecida, embora ambos possam ser avaliados através da lógica.
2. Em
virtude do seu carácter discutível, a demonstração dialética procura, além da
validade, a persuasão, isto é, procura a melhor forma de construir argumentos
bons. Para tal, recorre a outros instrumentos, como a retórica. Um bom
argumento procura convencer, auxiliando-se na retórica no sentido de encontrar
vias que tornem possível um maior esclarecimento e uma forma de comunicação mais eficaz.
No decurso de uma discussão, resultado da presença de um argumento dialético,
os interlocutores utilizam outros argumentos como a indução, a analogia ou os
argumentos de autoridade. Evidentemente que os devem utilizar da melhor forma
para não caírem em falácias, como pode servir de exemplo a generalização precipitada.
Para tal, o contexto, o conhecimento do auditório e outras variáveis devem ser
devidamente ponderadas.
3. Porém, não devemos esquecer a distinção entre persuasão e manipulação. Um dos ingredientes
fundamentais de qualquer argumentação reside no respeito que qualquer pessoa
merece. Para tal, a nossa intenção deve persuadir, atribuindo ao nosso
interlocutor o respeito devido, apontando as razões e dando-lhe liberdade de
pensamento, não o condicionando na sua racionalidade. A manipulação não permite
que tal aconteça. Ela sugere, não demonstra, procurando jogar com as emoções e
com o subconsciente.